ATIVIDADE 8º ano GEOGRAFIA 1º QUINZENA SETEMBRO-ANDRÉ
8º ANO |
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GEOGRAFIA |
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1ª QUINZENA – 3º CORTE |
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Habilidades Essenciais:
(EF08GE14-A) Analisar a influência do capital estadunidense e chinês no
processo de distribuição das atividades econômicas pelo mundo, com destaque
para o Brasil. |
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NOME: |
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UNIDADE ESCOLAR: |
Tema/ objeto de conhecimento: A
influência do capital estadunidense e chinês na distribuição das atividades
econômicas.
BRIGA
DE GIGANTES: AS RELAÇÕES ENTRE EUA E CHINA
As relações no sistema
internacional nunca se fazem sozinhas: o crescimento de um país pode ser visto
tanto como oportunidade quanto ameaça. O desenvolvimento de armamentos pode
significar guerra em potencial, enquanto que assinar acordos e tratados podem fortalecer
canais de cooperação. Definitivamente a interação entre os países tem suas
consequências. Agora jogue nessa bagunça internacional duas das maiores
economias da atualidade e uma história de afastamento e aproximação. O
resultado é complexo.
Disputa pelo primeiro lugar
O crescimento da China assusta e
abala a posição de conforto dos EUA no topo do sistema internacional. Isso
significa que, cada vez mais, os Estados Unidos perdem sua posição como
indiscutível potência hegemônica. E o que, de maneira simples, significa
hegemonia? Bem, significa que os EUA têm relevância direta à nível global em
áreas como economia, defesa e diplomacia, conferindo ao país influência
internacional e, consequentemente, muito poder. E é contra toda essa influência
mundial que a China propõe oposição, seja porque o PIB da China aumenta quase
dez vezes mais rápido que o dos EUA, ou porque as despesas militares da China
(tendo chegado, em 2011, um orçamento militar de US$ 91,7 bilhões) ameaçam
ultrapassar as de Washington, e até porque, desde 2008, a China tem achado
brechas nos países capitalistas fragilizados para se impor no cenário
internacional.
EUA e China: uma relação de interdependência
Você poderia pensar que isso se
encaminharia para um conflito gigantesco, certo? Mas a resposta não é tão
simples assim. A verdade é que esses dois gigantes são tão inimigos quanto
dependentes um do outro. Em inúmeras áreas existe cooperação efetiva entre EUA
E China: na luta contra o terrorismo, na tentativa de conter a proliferação de
armas de destruição em massa ou na luta contra a crise financeira.
De maneira complementar, é justamente a compra de produtos pelo mercado
estadunidense que garante o que chamamos de superávit (altos níveis de
exportação) na balança comercial chinesa e a estabiliza como uma das economias
que mais exporta. A compra e a venda de produtos são extremamente necessárias,
de formas diferentes, para os dois mercados.
E o mais irônico dessa história
toda é que foram as próprias potências que, no começo do desenvolvimento de
Pequim, se envolveram em uma relação tóxica de dependência. Os EUA tiraram
proveito de uma mão de obra de baixo custo e consumo barato, ao mesmo tempo que
mandavam suas empresas poluentes para a Ásia. As empresas em território
asiático eram oportunidade de emprego ao mesmo tempo que oportunidade de
desenvolvimento para um mercado que era novo na economia global. Saldo final e
duradouro: nos EUA e China, baixa nos empregos e ataque ao meio ambiente,
respectivamente. “Parceria” essa que dura até os dias de hoje, com altos níveis
de emissão de carbono e economias dependentes.
Contudo, a vantagem mais significante dos
EUA em comparação aos chineses é a sua ideologia: enquanto a cultura
norte-americana já é facilmente difundida por todo o mundo, a cultura asiática,
caracterizada por um maior conservadorismo e tradicionalismo, não encontra
tamanha abertura, até porque bate de frente com o “poder do Ocidente”, ou seja,
tradições mais liberais. A cultura dos EUA é tão difundida ao redor do mundo
que qualquer oposição causa estranheza a um mundo acostumado com liberdades,
tanto política quanto econômicas. A penúltima administração dos EUA, pelo
ex-presidente Barack Obama, tinha estabelecido canais de diplomacia. Mas o
atual presidente Trump parece ter outras ideias para essa relação complexa.
Texto completo disponível
em: https://www.politize.com.br/eua-e-china-guerra-comercial/ Acesso em: 20 de
ago de 2020.
ATIVIDADES
1. Quais foram os proveitos obtidos pelas
empresas e economia norte-americana em relação a mão de obra chinesa?
2. Cite os principais aspectos da interdependência
entre as economias chinesa e norte-americana.
3. Qual é o principal problema dos EUA ao se
tornar parceiro comercial da China?
4. "Trata-se, na verdade, de uma
tentativa de conciliar o processo de abertura econômica (o estímulo à iniciativa
privada, ao capital estrangeiro, à modernização do país) com a manutenção, no
plano político, de uma ditadura de partido único."
(SENE. E. & MOREIRA,
J.C. "Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalização."
São Paulo: Ed. Scipione, 1998,p.178.)
O texto refere-se ao sistema
político-econômico adotado no(a)
a) (
) EUA
b) (
) Coréia do Sul.
c) (
) Rússia.
d) (
) China
5. A China,
desde meados dos anos setenta, tem passado por grandes transformações sociais e
econômicas. Sobre essas transformações, todas as alternativas apresentam
características da China atual, EXCETO
a) (
) A China permanece oficialmente socialista, e o Partido Comunista
continua a exercer o controle do poder no país.
b) (
) A propriedade do Estado continua marcante apesar da expansão dos
setores cooperativista e privado.
c) (
) Os ramos vitais da indústria, os bancos, as ferrovias, as
telecomunicações e o setor energético continuam sendo controlados pelo Estado.
d) (
) O setor agrícola permanece intocável e não foi afetado pelas medidas
de modernização da economia de mercado
6. Um certo carro
esporte é desenhado na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em
Worthing (Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes
eletrônicos inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. (…). Já a
indústria de confecção norte-americana, quando inscreve em seus produtos ‘made
in USA’, esquece de mencionar que eles foram produzidos no México, Caribe ou
Filipinas.
(Renato Ortiz, Mundialização e Cultura)
O texto ilustra como
em certos países produz-se tanto um carro esporte caro e sofisticado, quanto roupas
que nem sequer levam uma etiqueta identificando o país produtor. De fato, tais
roupas costumam ser feitas em fábricas — chamadas “maquiladoras” — situadas em
zonas-francas, onde os trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas
garantidos.
A produção nessas
condições indicaria um processo de globalização que
a) (
) fortalece os Estados Nacionais e diminui as disparidades econômicas
entre eles pela aproximação entre um centro rico e uma periferia pobre.
b) (
) garante a soberania dos Estados Nacionais por meio da identificação da
origem de produção dos bens e mercadorias.
c) (
) reafirma as diferenças entre um centro rico e uma periferia pobre,
tanto dentro como fora das fronteiras dos Estados Nacionais.
d) (
) fortalece igualmente os Estados Nacionais por meio da circulação de
bens e capitais e do intercâmbio de tecnologia.
Respostas comentadas
Obs.: Apesar da nomenclatura
“maquiladora” ser atribuída as empresas norte-americanas que se instalam em
território mexicano em busca de isenção de impostos e mão de obra barata para a
montagem de mercadorias, é esta prática que dinamizou e até os dias de hoje é
praticada em território chinês por empresas de países desenvolvidos, incluindo
os EUA (caso da Apple, HP, Microsoft, etc.).
1. Os EUA tiraram proveito de uma
mão de obra de baixo custo e consumo barato, ao mesmo tempo que mandavam suas
empresas poluentes para a Ásia. As empresas em território asiático eram
oportunidade de emprego ao mesmo tempo que oportunidade de desenvolvimento para
um mercado que era novo na economia global. Saldo final e duradouro: nos EUA e
China, baixa nos empregos e ataque ao meio ambiente, respectivamente.
“Parceria” essa que dura até os dias de hoje, com altos níveis de emissão de
carbono e economias dependentes.
2. A realidade é que, por mais que
essas duas economias disputem o cenário econômico mundial, elas não
conseguiriam se sustentar nele sozinhas. A China, desde a década de 2000, tem
investido muito fortemente no Tesouro norte-americano e se tornado uma das
maiores exportadoras para a América. Isso, de maneira prática e simples,
significa que é muito do dinheiro da China que estabiliza a economia dos EUA,
tanto porque empresta dinheiro ao governo em troca de um tipo de remuneração,
com juros (através do investimento no Tesouro), quanto porque faz dinheiro
entrar no país (com as exportações).
De maneira complementar, é
justamente a compra de produtos pelo mercado estadunidense que garante o que
chamamos de superávit (altos níveis de exportação) na balança comercial chinesa
e a estabiliza como uma das economias que mais exporta. A compra e a venda de
produtos são extremamente necessárias, de formas diferentes, para os dois
mercados.
3. A questão é complexa: como
coordenar uma situação onde se relacionar com um país para garantir a
sobrevivência da sua economia é também fazer com que a dele cresça? E como não
deixar que esse crescimento te tire de sua posição de poder mundial? É por isso
que os EUA parecem esse país tão “indeciso”, que ao mesmo tempo que recebe
produtos chineses, acusa o país de violar as regras de mercado, de concorrer de
forma “desleal”. É uma relação paradoxal de “cuspir no prato que come”, pois ao
mesmo tempo que “se alimenta” dos produtos chineses, acaba por alavancá-los,
temendo que sejam superados por eles.
4. Alternativa D
5. Alternativa D
6. Alternativa C
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